3 coisas que eu faria de novo na carreira como designer

Fatores que (provavelmente) me trouxeram até aqui.

Rafael Frota
UX Collective 🇧🇷

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Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo (2022), Daniel Kwan e Daniel Scheinert.

Há pouco escrevi sobre o que eu faria de diferente na carreira¹.

Hoje quero fazer o oposto; falar três coisas que eu faria exatamente igual.

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1. Eu buscaria estar perto de pessoas melhores que eu

­Esse é sem dúvidas o fator que mais me fez crescer. E sei que não estou sozinho ².

Quando entrei na área eu estava isolado — não tinha mais designers com quem trocar. Eu evoluia, claro, mas sob outras perspectivas; não sob um olhar de design. E isso me tornava incompleto.

Já quando entrei no Startaê, a diferença de experiência era absurda. Me senti uma daquelas 100 crianças ³ jogando contra profissionais. Reparei logo que, quando você está num ambiente onde a barra é muito alta, se conseguir acompanhar, você evolui muito, e muito rápido.

Escrevi “buscar estar” porque:

  1. As melhores pessoas não precisam, necessariamente, ser de uma empresa. Dá pra se rodear dessas pessoas em outros ambientes; mas o tipo de troca é diferente.
  2. É difícil saber quais lugares têm pessoas melhores que nós. Isso deve ser uma busca ativa. Eu estava sempre de olho em onde pessoas que eu via como referência trabalhavam, e buscava conteúdo sobre como era trabalhar lá.

Pra dar uma ideia, antes de ir pro Startaê, eu li todos os artigos que haviam publicado até ali, incluindo um chamado “O que esperar ao se candidatar a uma vaga no Startaê” ⁴ — basicamente um tutorial de como passar no processo. Quer mais do que isso?

Logo, não existe uma fórmula pra encontrar lugares com pessoas melhores que você, mas você nunca vai saber se não procurar.

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2. Eu participaria ativamente

Praticamente todas as oportunidades que aconteceram na minha carreira foram por conta de um fator: estar presente.

É comum me chamarem de “bot”; um apelido carinhoso (alô Daniel Furtado) porque sempre que possível eu participava de lives, vídeos, eventos, grupos, etc.

Esse tipo de comentário acontece mais vezes do que consigo contar.

Muitas pessoas dão a dica “entre em grupos de UX” e “faça networking” — mas ninguém aprofunda muito no como fazer isso. Logo, quando seguem os conselhos, param no primeiro nível: entram em grupos e só. Adicionam nas redes sociais e… só.

As pessoas não participam. Não interagem. Não contribuem. Não estão presentes. Ou, quando estão é de uma forma tão genérica que aí sim, parecem um bot: Enviam mensagens prontas ou aparecem pedindo algum favor, como responder pesquisas, compartilhar projetos ou divulgar portfólios. Você já sabe a resposta: isso não é participar.

Estar presente de verdade e participar te destaca:

  • Trabalho no Ton hoje porque o Kiko viu um artigo que escrevi, me convidou pra um papo, criamos uma relação e, quando chegou a hora, ele quis contar comigo.
  • Atuo como editor do UX Collective Brasil hoje porque antes eu já contribuia pro blog, e o Fabricio e o Caio acharam que eu daria conta (mesmo eu não achando).
  • Ajudo colegas de profissão no UX Unicórnio hoje porque o Leandro me viu ajudando e respondendo dúvidas nos grupos de UX de WhatsApp.

Porém, um ponto importante: não é sobre visibilidade. É sobre contribuição.

Se te veem, mas você tá sempre falando besteira…

Então, participe — com cuidado, respeito e humildade — porque isso muda tudo.

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3. Eu me atentaria aos sinais

Me considero uma pessoa extremamente sortuda, mas, mesmo com várias pessoas e oportunidades incríveis aparecendo, é preciso se atentar.

Já topei muita coisa no susto ou com medo: trabalhar 100% remoto em 2017 como PJ era coisa de maluco (principalmente pros meus pais).

Mas também já recusei e encerrei muita coisa: projetos, convites, eventos, palestras, e até promoções de cargo. Louco? Talvez. Mas os sinais me diziam que não havia sentido, não era a hora ou, simplesmente, minha missão havia sido cumprida.

Ninguém vai te dizer o que fazer.

Ou melhor, até vão, mas não quer dizer que isso é bom.

Você é quem precisa se atentar pra tomar decisões importantes:

Saber quando ir embora e quando ficar.
Saber quando aceitar e quando recusar.

Escute os sinais, principalmente os internos.

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