5 elementos de UX: o famoso Iceberg

O que é esse tal de Iceberg?
Quem atua na área de Design de produtos já deve ter ouvido falar e lido o livro The Elements of User Experience. Neste artigo irei abordar de forma mais ampla os conceitos trazidos por James Garrett.
Como uma Product Designer, peguei os conceitos apresentados no livro e lidei como se fosse um projeto. Começando pela parte de pesquisa, falei com vários profissionais que trabalham na área e fiz um consolidado de respostas e percepções.
Os 5 elementos de UX dividem o processo de design de um produto em 5 etapas, sendo que, segundo os conceitos apresentados no livro, eles servem para promover uma boa experiência para o usuário.
Para tornar esses conceitos mais claros, um designer chamado Trevor Van Gorp fez uma ilustração de Iceberg baseada no livro, que hoje em dia se popularizou e é conhecida como o Iceberg de UX. Ele abrange os elementos que estão “ocultos” porém que sustentam o iceberg, até a parte em que podemos ver este elemento (que seriam o Visual Design).
Os 5 elementos de UX
Os 5 elementos de UX consistem em: Estratégia, Escopo, Estrutura, Esqueleto e Superfície. Sendo que esses elementos começam em uma parte abstrata (quando você ainda está analisando o problema que precisa resolver), até uma parte mais concreta. Na imagem abaixo, você pode visualizar os 5 planos:

Plano de Estratégia
O plano de estratégia é uma etapa abstrata, ainda não sabemos o que será nosso produto e é nele que iremos definir nosso cenário atual e consequentemente, descobrir se o problema que queremos resolver realmente importa ou sequer existe. É aqui que devemos começar com as questões: O que? Para quê? Para quem? E com isso podemos fazer uma imersão nas dores de nosso usuário, ou melhor, necessidades do usuário. Partindo da ideia de que o produto que temos ou estamos criando é para resolver um problema, passamos a levantar hipóteses para saber como podemos resolvê-lo. É uma fase em que conversamos com os stalkeholders e alinhamos as necessidades que encontramos ao nosso objetivo de negócio. Podemos encontrar as informações que precisamos através de entrevistas, pesquisas qualitativas e quantitativas.
Plano de Escopo
Durante a minha conversa com profissionais da área, percebi que o plano de escopo pode ser tido por diferentes pontos de vistas, pois ele torna-se moldável ao fato de você estar desenvolvendo um produto novo, ou estar apenas lançando uma feature, por exemplo.
Após levantarmos hipóteses no plano de estratégia, é hora de validar e entrar numa parte mais prática, que seria o papel do escopo. Nesta etapa já sabemos de forma mais concreta o problema que precisamos resolver e agora é hora de começar a materializar o plano anterior, e pensar em funcionalidades. O escopo pode ser dividido entre especificações funcionais e requisitos de conteúdo. As especificações funcionais consistem em uma função que nosso produto deverá atender. Já os requisitos de conteúdo, são as informações que precisamos para fornecer valor ao nosso usuário.
Geralmente quando falamos em escopo, pensamos no início, meio e fim, porém na metodologia ágil, podemos deixar o escopo mais aberto, tornando possível modificar o que for necessário, neste processo, você também agrega valor ao seu produto.
Plano de Estrutura
Neste plano, temos que pensar em como o usuário irá interagir com o nosso produto, sendo assim, ele está dividido entre a parte de Design de Interação e Arquitetura de Informação. É nesta fase que serão mapeados todos os fluxos de navegação de nosso produto. No desenvolvimento de uma feature, como é a árvore de navegação para que o usuário chegue até a funcionalidade que estamos propondo? Quais interações podemos prover para melhorar essa experiência? Tudo isso será definido aqui.
Plano de Esqueleto
O esqueleto nada mais é do que nosso wireframe. Já sabemos para quem e para quê estamos construindo esse wireframe, e agora precisamos mostrar de uma forma mais abrangente, os resultados dos fluxos de navegação que encontramos nos planos anteriores. Nessa parte será definido o design de navegação, informação e a interface.
Plano de Superfície
Enfim chegamos a parte “concreta” do Iceberg. A superfície, pode ser desde interfaces, protótipos, até o nosso produto final, ela seria uma provável solução do problema de nosso usuário, que irá agregar valor ao produto. É considerada a parte concreta do produto, pois é onde o usuário terá de fato um contato com ele, baseado em tudo que foi levantado durante todo o processo de desenvolvimento.
Ok, mas por que eu deveria saber que esses planos existem?
De forma geral, as questões com as quais devemos lidar se iniciam de forma abstrata, até chegar a uma forma mais concreta, isso é aplicar os 5 elementos de Experiência do Usuário. É importante passar por esses processos (mesmo que inconscientemente) para agregarmos valor ao nosso negócio e/ou produto, mas o fundamental de aplicá-los, é porque nossa intenção é criar uma experiência memorável para o nosso usuário, de forma positiva, claro!
Designers que estão há mais tempo na área, não se prendem tanto aos nomes de cada plano, porém eles já tem um mindset de que é necessário passar por todas essas fases, para um bom desenvolvimento do produto. Para quem está ingressando em UX agora, eles tornam-se uma ótima referência para saber por onde começar, e os resultados que se esperam, principalmente para profissionais híbridos (que fazem tanto UX quanto UI).
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