A robotização do design e do designer
Existe um futuro no qual designers de todos os tipos podem ser substituídos por robôs? Se isso lhe preocupa, preocupe-se.
Durante um evento da empresa Tesla, Elon Musk, um homem que entende de drama e de tecnologia, anunciou que está trabalhando em um robô humanoide, o qual promete substituir seres humanos em tarefas enfadonhas e repetitivas.
Claro que o “robô” era apenas uma visão de futuro para a empresa e não necessariamente uma realidade. Contudo, a notícia trouxe um misto de excitação e medo em muitas pessoas, pois muitas profissões estão diretamente ameaçadas por tecnologias como essa.
Apesar da nova abordagem apresentada pelo empresário excêntrico ser humanoide, já existiam muitas discussões e estudos sobre como a inteligência artificial pode tornar inúmeras profissões obsoletas.
A softskill que nos diferencia
Como designer, me peguei refletindo sobre a possibilidade de vir a ser substituído por uma máquina no futuro, e, apesar da vontade de não acreditar nisso, consigo vislumbrar cenários nos quais até mesmo designers poderão ser substituídos por inteligências artificiais caso não exercitem uma softskill bem importante: a humanidade.
O que nos faz humanos é a nossa capacidade de nos conectarmos emocionalmente com outros seres humanos, considerando múltiplos cenários hipotéticos e subjetividades que apenas nossas vivências e repertórios conseguem conectar.
E agora, o que fazer?
Para não nos deixar sermos substituídos por máquinas e inteligências artificiais num futuro próximo, precisamos nos encher de repertórios diversos, conhecer e interagir com pessoas de várias culturas, cores e credos diferentes; precisamos não apenas beber da fonte de outros designers, mas sim de fontes com riquezas e sabedorias diversas e dispersas.
Para nós, designers, absolutamente tudo precisa caber na caixinha das referências sem quaisquer preconceitos ou julgamentos.
Robôs até poderiam ler todos os livros e artigos de design do mundo, aprender todos os princípios, todas as boas práticas e utilizá-las com exatidão cirúrgica, mas jamais saberiam quando usar uma frase de um romance barato, um video bobo do Youtube, a letra de uma música fossa, um truque de mágica, um conselho de avó, uma obra de arte e por aí vai.
Conclusão
Nossas inspirações não podem vir apenas do nosso mundinho privado formado por meia dúzia de autores e influencers.
Precisamos ampliar os horizontes e compreender que design, apesar de metodológico, ainda precisa ser criativo e aberto às incertezas de um mundo em constante movimento, sabendo que nem sempre as perguntas corretas e suas respostas estarão em nossas bolhas.
Precisamos continuar brincantes, empáticos, ouvintes e aprendizes curiosos sobre o mundo e a gente que nele habita; precisamos passar por este captcha!
Caso contrário, uns e zeros serão mais que suficientes para ocupar o nosso lugar. E se for para a melhor, que seja.