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Curadoria de artigos de UX, Visual e Product Design.

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As abordagens de design de interação e o dia a dia no trabalho

Renato Poulicer
UX Collective 🇧🇷
4 min readApr 3, 2018

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Esta semana comecei uma disciplina nova no MBA de Design de Interação. Lendo a apostila, fiz uma revisão sobre o o que é design de interação e onde a pesquisa de usuários se encaixa. A seguinte pergunta veio a me inquietar:

Considerando as técnicas, ferramentas e princípios de design, como eu resolvo problemas?

Durante a análise comecei a refletir como tenho contribuído na construção de produtos digitais nos meus ultimos dois anos . Eu acredito na abordagem centrada no usuário e tento incorporar as boas práticas no meu dia a dia. No entanto, nem sempre é possível, pois há certa resistência, além de limitações de tempo.

Recentemente quando participei de um processo de trainee ouvi uma declaração de um dos fundadores da startup. Ele disse que seu produto, uma aplicação mobile, necessitava de uma melhoria em sua interface e experiência do usuário, pois desde o inicio que entraram no mercado, o foco era mais em construir uma versão e encontrar um modelo de negócio sustentável. Aspectos de ux eram secundários e apenas agora que estavam mais estáveis estavam se preocupando com isso e investindo em design e ux como estratégia. Por mais que discorde de alguns pontos, de fato UX muitas vezes acaba sendo secundário, infelizmente e cabe a nós profissionais de ux brigar por mostrar cada vez mais o valor de nossas atividades.

No entanto, mesmo com a forma de pensamento apresentada, eles tinham um designer, fiquei imaginando como seria, como esse designer se sentia. Como ele trabalhava ? Qual abordagem ele seguia? Design centrado no usuário ? Talvez…

Meses depois me deparei numa situação parecida. Pensando em design de interação, observemos como resolver problemas pela perspectiva do design de interação.

Afinal, como designers de interação resolvem problemas?

As quatro abordagens para o design de interação

E no dia a dia? Qual abordagem seguimos?

Idealmente seguiriamos o design centrado no usuário. E realmente é a abordagem que costumo defender, no entanto na burocracia do dia a dia e depois de um tempo trabalhando me dei conta que por mais que tentasse seguir essa abordagem, quase sempre me enconstava na parede. Uma das saídas é evangelizar.

Mas não vamos falar de mim, vamos falar de André. Ele trabalha como Designer de interação numa empresa B2B e sendo assim não tem contato direto com os usuários, a empresa de André desenvolve sistemas para uma empresa terceira, em sua maioria sistemas para gerenciamento de recursos de hardware.

Apesar de André trabalhar com design de interfaces, ele simplesmente recebe demandas através de reuniões ou mesmo requisitos textuais e tem como objetivo criar novas telas. A empresa de André possui poucos designers, ele é responsável por definir a interface de certos produtos sozinho e sente certa resistência da empresa pra adotar pesquisa de usuário , sendo orientado a produção de telas e código “pra ontem”.

O chefe de André se preocupa basicamente com a consistência do sistema, pensando primariamente na facilidade de criação e manutenção de componentes, uma vez que um dos projetos é um software legal com componantes antigos e que precisam se comunicar com novos componentes que são inseriodos no sistema. As únicas informações que ele passa para André são as atividades que devem ser completadas e confia nas decisões que serão validadas por ele.

No entanto, já aconteceu de várias vezes os clientes pedirem alterações, uma vez que os usuários reportavam que algumas vezes a ferramenta não funcionavam como eles esperavam. As decisões de design eram feitas por “achismos” e “experiências” anteriores do chefe de André.

André cria proto-personas, mas sente resistência do time em interpretá-las, para muitos é apenas um elemento para incorporar em apresentações. André faz testes de usuários como seus colegas apenas para validar seus conceitos, não gosta de basear suas deciões apenas no que acha.

Ele não tem contato direto com seus usuários, uma vez que as demandas são diluídas pelo time de marketing e já chegam nele no formato de requisitos. Mas quando as demandas apertam, as datas se entreitam andré cria soluções orientados no seu feeling, suas vivências e seu gosto pessoal. Mas sente falta do usuário.

É possível ver aqui, um mix de abordagens, André acaba não tendo tempo de criar alternativas ou validar suas ideias, sendo forçado a se basear em suas experiências. Por outro lado, ele tenta pensar no usuário, as vezes até constróe proto-personas, porém foca mais nas atividades que serão realizadas e quase sempre não sabe dizer se aquelas funções geraram valor para o usuário final.

Como André resolve problemas? Bem, por mais que tenha elementos de design centrado no usuário, não é. Ele tenta evangelizar, mas quando os prazos e a pressão aperta ele se rende ao design genius e na maioria das vezes como interage muito com engenheiros acaba sendo orientado a pensar em sistemas ou em atividades em alguns casos.

Eu, solucionador de problemas

Ás vezes, principalmente quando estudo resolvo problemas assumindo a abordagem “Genius”. No trabalho, tento adotar abordagem centrada no usuário, mas já estive em situações em que me senti dançante entre as abordagens.

E você, qual abordagem segue?

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Written by Renato Poulicer

UX Researcher who loves to ask questions, learn about how people do things as they do and why…and, also I can’t see a dog and not want to hug him :)

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