Como estruturar um case para portfólio de UX/UI e impressionar recrutadores
Muita gente divulga seus trabalhos destacando apenas a parte visual e artística do produto. Descubra o que realmente é valioso em um portfólio.

Nas últimas semanas acompanhei alguns UX Designers, Programadores, Profissionais inovadores de diversas áreas e Designers Gráficos na criação do seu primeiro case de portfólio UX/UI. Eu confesso que fiquei muito impressionado e orgulhoso do resultado dos trabalhos.
Obrigado por participarem e ajudarem a provar o conceito, Maurício Vasconcelos, Matheus de Castro, Nathália Pereira, Waldemar Júnior e Karina Arruda.
Sinto que o que produziram eleva o nível de "conhecimento básico em UX/UI" para outro patamar!
Foi muito legal ver algumas pessoas saindo do zero ou de uma outra carreira profissional e demonstrando conhecimento em UX/UI Design em pouco tempo. Duas semanas. Para mim foi inacreditável a evolução e eu precisava compartilhar os aprendizados nesse artigo.
Aqui abaixo vão alguns exemplos de cases de portfólio criados durante essas duas semanas por iniciantes em design e até mesmo por pessoas que nunca trabalharam com design.
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E tem outra novidade, comecei um quadro no Canal UX Unicórnio avaliando cases de portfólio de alunos. Acompanhe em:
É muito legal ver pessoas que saíram do zero, ganharam experiência em UX Design e conseguiram criar seu case de portfólio mesmo sem nunca ter trabalhado antes.
E detalhe, percebe que todos esses cases de alunos ficaram tão bons que foram publicados aqui no UX Collective, que é um dos maiores blogs de UX do mundo (se não o maior)?
É incrível ver a transformação que a criação de portfólios com essa visão estruturada de um processo de UX Design pode trazer para a carreira e para a vida de uma pessoa. Veja a história do Ewerton:



O que um iniciante UX/UI precisa saber?
Eu sempre acreditei que todos temos um importante papel de compartilhar com outras pessoas o que aprendemos.
Depois das últimas semanas, fiquei até um pouco mais audacioso. Acredito ser possível elevar a barra de qualidade do nível básico da carreira de UX/UI. É minha nova visão pessoal.
Espero que o que vou mostrar nesse breve artigo deixe de ser um diferencial e torne-se uma espécie de Mínimo Conhecimento Viável para a carreira em Design de Produtos Digitais — ou UX/UI Design, Product Design, como preferir chamar.
Vou repetir o que o UX/UI designer precisa saber até furar o disco. É simples:
1) preocupe-se em entender o que usuários reais precisam;
2) entenda como encontrar oportunidades nessas necessidades para atingir objetivos de negócio e;
3) estude alternativas e proponha soluções viáveis para seu cenário — tecnologia compatível com o financeiro, conhecimento da equipe.



Eu já participei de muitas iniciativas que não deram certo #fail. Por muito tempo acreditei — de forma imatura- que uma "ideia brilhante" resolveria todos os problemas do mundo e que uma "interface bonita, intuitiva, clean" era tudo que eu precisava.
Já bati a cara na porta muitas vezes, participei de projetos em que foram investidos quase meio milhão de reais e não faturaram nada. Aprendizados…
Talvez esse artigo não apenas o ajude a conseguir um novo emprego, mas também ajude as empresas nas quais você irá trilhar seu caminho profissional a não incorrerem nos mesmos erros que cometi, dentre eles, perseguir uma ideia de negócio ou de funcionalidade que só era legal para mim e não para quem iria realmente usar o produto.
Então, se você quer entrar na carreira de UX/UI Designer e ainda não pratica algo similar ao que verá aqui, corre para não ficar para trás :D
Estamos acostumados a ver portfólios com muito apelo visual.
Eles mostram apenas o resultado final e não contam nada sobre o processo de escolha dos elementos utilizados na interface.
Será que apenas o visual é suficiente para mostrar que a solução realmente pode resolver o problema das pessoas que vão utilizar o produto?






O que realmente importa para o recrutador?
A resposta é óbvia, mas nem sempre damos a devida atenção:
saber que você é capaz de contribuir com a equipe e ajudar o negócio a crescer
E aí eu destaco dois pontos importantes dessa frase:
1. Contribuir com a equipe
Nesse primeiro aspecto, você precisa demonstrar que se preocupa com a escalabilidade do produto e com suas capacidades interpessoais.
Produto:
Crie algo que se outro profissional utilizar ~algo que você criou~, não terá dificuldades em dar sequência ao trabalho. No portfólio, isso pode ser demonstrado por consistência visual, preocupação com guia de estilos e reaproveitamento de elementos escaláveis.

Lembrando sempre que boas práticas de princípios de design como hierarquia visual, tipografia, cores, etc tornam o produto "mais bonito" também. Com ressalva às grandes subjetividades do termo "bonito".
Capacidades interpessoais
Seja aquela pessoa que você gostaria de ter do seu lado na equipe. Alguém:
- que tenha ética, respeite as pessoas, tenha integridade,
- que ensina o que sabe,
- que sabe comunicar suas ideias de forma estruturada,
- que é comprometida com o objetivo do grupo,
- que transmite empolgação, entusiasmo,
- que busca aprender coisas novas todos os dias e
- que está disposta a ajudar sempre.
2. Ajudar o negócio a crescer
Aqui você precisa mostrar que tem um processo de trabalho estruturado, repetível, profissional e que não depende somente de criatividade para entender as necessidades do público e encontrar oportunidades para gerar retorno para o investimento.
E como você faz isso?
Basta pensar nos aspectos abaixo:
- Qual é o propósito do produto que você está criando?
- Que tipo de usuário você está tentando ajudar?
- Em que momento, em que contexto, o produto será utilizado pelo usuário?
- Suas suposições de usuário e de produto foram validadas?
- Quais são as alternativas de solução possíveis e qual é aquela que mais vale a pena investir?
- Como você descobrirá que sua solução é realmente boa?


Note a preocupação do Caio Cardinali com a redução de número de acidentes com bicicleta! Isso é visão!
Existem várias ferramentas para ajudar a vencer essas etapas, mas o objetivo desse artigo é mostrar na prática a real diferença que isso faz no portfólio e não o método.
Quer ver na prática a diferença?
Esse é um exemplo de case comum de portfólio no Behance (note o foco na estética):
Depois de seguir as técnicas, o Mario pôde escolher onde queria trabalhar!
O Mário foi autor desse case:
E abaixo segue mais alguns cases do curso de Curso de Design de Interfaces -UI com foco em UX que os alunos criam de forma self-service durante o programa :D
Viu a diferença?
A diferença na abordagem de divulgação pode te trazer uma grande vantagem em relação a outros candidatos que saem "crus" da faculdade.
Trabalhar em um projeto pessoal, como essas pessoas fizeram, pode te ajudar muito a mostrar que tem experiência, mesmo sem nunca ter trabalhado.
Compare esses trabalhos de iniciantes em UX/UI com trabalhos de profissionais mais experientes:
Bem semelhante né? O que os aproxima em termos de profissionalismo é o que?
- o visual? ou
- o processo de estruturação da solução com base no problema?
Pense nisso.
É claro que a pegada visual também importa muito. E a sua dedicação não pode ser menor que a das pessoas que escreveram os cases que ilustraram esse artigo —acompanhei de perto (só que de longe, remoto) e eles se dedicaram muito!
O visual é o que muitas vezes arranca o efeito "uau", todavia, seguindo o processo e se inspirando em trabalhos que você admira sob o ponto de vista visual, você chegará lá!
Mas cuidado! O contrário não válido. Não adianta fazer algo bonito, mas que não ajuda o seu usuário. Essa é a receita do fracasso.

E como eu posso aprofundar nisso?
ATUALIZADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 2020
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