O Declínio do Design (Thinking)

Como os designers tiveram sucesso e fracassaram em nosso dia-a-dia.

Rebeca X
UX Collective 🇧🇷

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Imagem de abertura com a página de um moleskine aberto cheio de rabiscos e rascunhos. Tem uma caneta sem tampa apoiada em cima da página.
Foto: Med Badr Chemmaoui disponível no Unsplash

O design foi o meu primeiro amor. Ele abriu meus olhos para as pequenas coisas da vida — como a alça de uma caneca curva para sua mão segurar, como um frasco de ketchup fica em pé com a tampa para baixo, como você pode encher de água um Cup Noodles e colocá-lo no micro-ondas sem precisar de uma tigela. O design me ensinou a ver as coisas de maneira diferente. Claro, ao longo do caminho adquiri outras perspectivas — música, história, economia — mas recentemente voltei ao design para compreender por que somos como somos.

Meu retorno para o design é devido a dois fatores: ao trabalho e por meus hábitos de leitura. Na segunda metade da faculdade, trabalhei em um centro de inovação onde praticamos o Design Centrado no Ser Humano. No trabalho, tenho desenvolvido um projeto de software com muitas considerações de design de experiência do usuário (UX). E, talvez, tenha ficado evidente em minha escrita: sou fascinado com as implicações sociais, culturais e de saúde pública do design urbano — como o espaço ao nosso redor molda nossos hábitos, como ir ao trabalho ou fazer compras no supermercado semanalmente.

Don Norman, autor de “O Design do Dia a Dia”, define o design como uma prática “que se preocupa em como as coisas funcionam, como são controladas e a natureza da interação entre pessoas e tecnologia.” Em termos mais concretos, acredito que o design se preocupa com a melhor forma de criar algo para cumprir um caso de uso pré-determinado. Uma embalagem de creme dental, por exemplo, é tão intuitiva que até mesmo uma criança pequena consegue apertar para colocar pasta na escova. No entanto, uma ótima embalagem de pasta de dente pode vir com um deslizador na ponta para aproveitar até a última gota.

O design não é exclusivo apenas de produtos do dia-a-dia. Há o design industrial, como a transformação gradual dos carros quadrados dos anos 60 em carros mais arredondados e aerodinâmicos que temos hoje. Há o design de interface do usuário (UI), onde os designers se preocupam se o botão “Aceitar” está à direita ou à esquerda de um menu pop-up. E não posso esquecer o design gráfico — meu ganha-pão durante a faculdade — onde a arte encontra a marca. Portanto, numa tentativa de abordar um pouco de tudo, este ensaio tentará examinar como o design, o design thinking e os designers impactam o mundo ao nosso redor.

Norman Doors: Uma Introdução ao Design Thinking

Foto de uma porta branca com design antigo, uma maçaneta de alça de puxar prateada e uma plaquinha pregada escrito "PUSH" ou "empurre" em português.
Foto: Nik disponível em Unsplash

Existe um exemplo antigo que designers costumam usar para ilustrar um design ruim: a “Norman Doors” ou “Porta de Norman” em tradução livre. Veja a imagem acima. Se não houvesse o indicador “Push (Empurre)”, seu primeiro instinto provavelmente seria puxar a porta em sua direção. A maçaneta curva praticamente te convida a puxar. Don Norman, mencionado anteriormente, tornou-se tão famoso por criticar essas portas pouco intuitivas e constrangedoras que designers começaram a chamá-las pelo nome dele. De acordo com Norman, o ato constrangedor de puxar uma porta que deveria ser empurrada não é sua culpa. Por exemplo, o banheiro no escritório da minha empresa possui uma placa de empurrar do lado de fora e uma maçaneta para puxar do lado de dentro — sem possibilidade de confusão. Essa é uma porta bem projetada.

Existem muitas portas que podemos apontar como boas portas. Uma porta giratória, por exemplo, é estranhamente intuitiva, apesar de causar um pouco de atrito cognitivo no primeiro uso. Embora exija um pouco de sincronização e coordenação, não há dúvida sobre o que fazer: empurrar a porta. Sem maçanetas. Sem adornos. Apenas empurre. No entanto, a porta giratória automática é menos intuitiva porque se empurrar a porta interrompe o sinal. Você não pode empurrar. Você não pode controlar o tempo. E os sensores nem sempre ativam imediatamente. Isso não é uma boa porta.

Portas de correr também são boas portas. Com um plano definido, deslizar a porta para os lados torna-se um movimento intuitivo. Portas de cortina (aquelas feitas artesanalmente com contas de madeira, adornos ou tecidos) — que, na verdade, não são portas, mas sim separam os cômodos ou quem está fora ou em um espaço — são talvez as portas mais intuitivas, pois não requerem empurrar, puxar ou esperar. Basta atravessá-las. E embora nem todos queiram substituir suas portas por portas de cortina, elas são um produto perfeito para examinar o comportamento natural humano — o grande trunfo de um designer.

Norman deu origem ao evangelho de muitos designers, pessoas de tecnologia, consultores e profissionais de várias disciplinas: o Design Centrado no Ser Humano. É um ciclo de cinco etapas — empatia, definição, ideação, prototipação, iteração — que busca compreender as tendências humanas e construir um produto otimizado que complemente esses comportamentos observados. O design thinking pode descobrir que os ouvintes estão realmente dispostos a pagar por um streaming de música se for mais conveniente do que a pirataria (por exemplo, o Spotify). Pode descobrir que os telespectadores usam apenas cinco ou seis botões para usarem a TV (por exemplo, os controles remotos da Roku). Ou pode descobrir que os consumidores se preocupam mais com escovas de dentes substituíveis do que com as que vibram ao som de música (por exemplo, as cabeças de escova da Oral-B). Por trás de todo bom produto, há uma equipe de especialistas em comportamento esperando para projetar a próxima grande inovação.

Quando o design funciona naturalmente

Imagem de uma trilha de barro e nos cantos tem área verde com pequenas flores.
Foto: Zane Lindsay em Unsplash

Trilhas se tornaram uma prática comum para pessoas urbanas se reconectarem com a natureza. As paisagens montanhosas. As cachoeiras inesperadas. As criaturas e animais. Exceto por binóculos ocasionais ou um cooler perdido com garrafas de água gratuita pelo caminho, muitas vezes parece uma fuga de qualquer indústria feita pelo homem. Essa sensação é intencionalmente projetada através do design.

Uma boa trilha, conforme o Serviço Nacional de Parques, alcança alguns objetivos-chave. Ela deve servir a longo prazo com impacto mínimo no ecossistema. Leva os visitantes a belas paisagens com pouca necessidade de desvios. E requer manutenção mínima, seja por parte da vida selvagem, erosão ou danos causados pela água. As trilhas são construções feitas pelo homem, seja recentemente para acomodar um alto fluxo de pessoas, seja há séculos como resultado do cuidado das populações nativas. Um designer de trilhas ajuda a manter ambos os tipos de trilhas. É responsabilidade do designer garantir que a trilha seja composta pelo material adequado (por exemplo, rocha, areia, terra), na direção correta (ou seja, interseção diagonal com as linhas das cachoeiras) e no ângulo correto (ou seja, não muito íngreme).

Os designers de trilhas são incentivados a despertar admiração e fascínio, levando os caminhantes a experiências ambientais únicas. As trilhas podem destacar características hidrológicas, como lagoas ou lagos, ou características geológicas, como grandes penhascos de calcário. Normalmente, as trilhas percorrem características verticais como forma de orientação, como árvores grandes ou saliências rochosas. E especialmente desejam levá-lo a cumes de montanhas, onde vistas panorâmicas se revelam sobre uma encosta segura e estável. Existe uma sensação de risco controlado cultivada por meio de rotas meticulosamente mantidas.

Por outro lado, os designers têm a intenção de desencorajar os caminhantes a se desviarem do percurso. Entre diversos ambientes hostis e áreas com vegetação invasora, os caminhantes provavelmente não devem se aproximar muito de terras agrícolas em atividade, pântanos ou regiões excessivamente íngremes. As trilhas devem se manter pelo menos a 8 metros de distância da margem de um riacho para evitar danos ao sistema hídrico. E designers não querem que as pessoas se aventurem em propriedades privadas ou áreas em construção. Sem trilhas bem projetadas e bem mantidas, poderia haver sérios danos ecológicos causados por aventureiros que não possuem conhecimento adequado.

No melhor dos casos, o design centrado no ser humano pode ser usado para incentivar a exploração de maneiras seguras e sustentáveis. Ele pode simultaneamente restringir comportamentos humanos prejudiciais. Os designers levam em conta nossas tendências (ou intuição) para fornecer uma experiência positiva e contínua impulsionada por forças imperceptíveis.

Calma, sobre quem estamos falando?

Imagem de dois braços lavando as mãos enquanto sai água de uma torneira.
Foto: Clay Banks em Unsplash

Na metade de 2021, uma bomba atingiu os meios de comunicação. As pessoas estavam frustradas após um ano de distanciamento social. A política estava irreconciliável após a insurreição e as subsequentes guerras culturais. E notícias emergentes sobre uma variante delta trouxeram de volta ondas de ansiedades relacionadas à higiene, nos forçando a ser ainda mais conscientes sobre lavar as mãos.

Leia esta matéria: dispensers de sabonete racistas.

Os dispensers de sabonete têm um passado curioso e anos de controvérsias. Houve o caso do hotel Atlanta Marriott durante o Dragon Con em 2015. Além disso, houve o caso de um funcionário nigeriano do Facebook em 2017. Ambos precisavam ser usados por usuários negros. Ficou claro que esses novos dispensers com sensores de movimento tinham dificuldade em detectar pele escura. A luz infravermelha — emitida com a intenção de ser refletida de volta ao sensor e acionar o dispenser — nunca levou em consideração que a pele escura absorve mais luz do que a pele clara.

Esses exemplos estão entre muitas inovações que codificam viés racial na própria tecnologia. Por exemplo, o Face ID foi uma biometria inovadora que poderia lidar com óculos de sol, hijabs e coberturas faciais, mas teve dificuldade inicial em diferenciar usuários chineses uns dos outros. O Google Fotos, pioneiro em software de reconhecimento de imagens amplamente disponível, leva o racismo a um patamar ainda mais alto (ou vários) e rotula erroneamente dois adolescentes negros como primatas. É quase — quase — chocante acreditar que essas empresas altamente conceituadas e bem financiadas esqueceram da cor da pele ao projetar o reconhecimento facial. Afinal, as bigtechs estão entre as que mais enfatizam os princípios e o impacto do design centrado no ser humano.

Quando uma empresa predominantemente branca invoca o “design centrado no ser humano”, surge a pergunta: para quais seres humanos estamos projetando? Essas inovações e inovadores ficam hiperfocados em projetar uma solução para um problema — como não querer tocar fisicamente em um dispenser de sabonete cheio de germes — e esquecem que estão em um ambiente de engenheiros brancos.

É claro que o processo de design centrado no ser humano possui métodos para calibrar o impacto no mundo real. Eles são chamados de prototipação e iteração — etapas 4 e 5 no design thinking. Os designers devem testar esses produtos repetidamente para compensar seus próprios vieses. No entanto, essas etapas simplesmente não importam se os designers não pensarem em testar um conjunto diverso de usuários desde o início. É por isso que a maioria das tesouras é projetada para usuários destros. E os scanners corporais tendem a disparar alarmes falsos para cabelos afro ou coberturas de cabeça (por ex: identidade religiosa ou étnico-cultural). Ou por que as estações de metrô de Nova York se esquecem que pessoas com cadeiras de rodas não podem usar as escadas. O pensamento de design tem um grande ponto cego: os próprios designers.

A religião desprezível de consertar o mundo

Foto de um homem branco palestrando de microfone em uma conferência de design
Foto: Product School em Unsplash

Uma coisa que poucos podem perceber é como a comunidade de design se tornou um culto de crenças nos últimos dez anos. O design thinking é ensinado em empresas de consultoria, escolas de negócios, equipes de estratégia corporativa e conferências para desenvolvedores. Existem dezenas de palestras do TED sobre design thinking e todas elas são praticamente iguais. Hoje em dia, qualquer pessoa pode ser designer, mudar o mundo e ganhar muito dinheiro com isso.

No MIT Technology Review, Rebecca Ackermann escreve que democratizar o design pode ter sido um erro — que esses inovadores ou disruptores muitas vezes estão desconectados da realidade e carecem da expertise conceitual para inspirar uma mudança verdadeira. Que consultorias de inovação como a IDEO vendem paredes de post-its e jargões sofisticados como “radical collaboration” para convencer os executivos de que estão entregando um produto irresistível. Que no fim, o design thinking se tornou uma solução estranha e corporativa para a paz mundial e uma religião infalível para as startups do Vale do Silício.

Os evangelistas do design têm trabalhado incansavelmente. A promessa do design thinking é o motivo pelo qual estamos inundados de soluções inovadoras para problemas que nem existem. Será que realmente precisávamos de uma cervejaria que produz cervejas artesanais sem álcool para normalizar e satisfazer os desejos por cerveja a qualquer hora do dia? O design thinking, que antes era um framework para melhorar experiências, agora se tornou mais um meio de alcançar um objetivo capitalista pré-estabelecido. Ele pode ser usado para justificar qualquer coisa, desde que esteja “corrigindo” um problema.

Essa lógica é problemática quando sai do contexto de experiência do usuário e inconsequentemente desemboca para as escolhas de design urbano criadas pelos formuladores de políticas. Eles vão te conduzir a admirar os novos bancos da praça com apoios de braço que estão substituindo os antigos assentos ao redor da cidade, não se importando com o efeito hostil que essas escolhas de design têm nas pessoas desabrigadas que precisam de uma superfície para dormir. Além disso, os funcionários da prefeitura podem orgulhosamente apontar para as grades de metal pontiagudas ao redor do parque. Eles vão argumentar que as adições são escolhas de design defensivo destinadas a reduzir a criminalidade, como skatistas adolescentes desagradáveis que ficam de bobeira. Ao contrário do que os designers podem escrever na Harvard Business Review ou na d.School de Stanford, o design não é um investimento humanitário. É apenas uma ferramenta. Essas novas e perturbadoras soluções de design urbano foram vistas em Vancouver, Nova York e Washington DC, funcionando exatamente como pretendido para agravar a desigualdade e perturbar as comunidades locais.

Quando o design falha

Imagem aérea de um bairro norte americano mostrando ruas, telhados de casas e a urbanização da área
Foto: Raphaël Biscaldi em Unsplash

A arquitetura hostil, como bancos anti-pessoas-desabrigadas, é efetiva de maneira discreta. No entanto, algumas escolhas de design são muito mais explícitas em relação à sua agenda prejudicial. O design discriminatório do racista Robert Moses, um designer urbano de Nova York, foi tão bem-sucedido que se tornou um modelo para a segregação em todo os Estados Unidos. O jornalista Ashish Valentine escreve para a NPR:

Quando o planejador urbano Robert Moses começou a construir projetos em Nova York durante a década de 1920, ele demoliu casas de pessoas negras e latinas para dar lugar a parques e construiu rodovias no meio de bairros minoritários. De acordo com uma biografia, Moses até mesmo se certificou de que as pontes nas estradas que ligavam a cidade de Nova York às praias de Long Island fossem baixas o suficiente para impedir que ônibus da cidade — que provavelmente estariam transportando minorias pobres — passassem por baixo delas.

Não há melhor exemplo do que a Interestadual 70 de Baltimore, comicamente conhecida como a “Autoestrada para Lugar Nenhum”. Apesar das preocupações de que a conclusão da autoestrada não fosse 100% viável, o projeto foi aprovado. A construção da rodovia iniciou nos anos 1960, com a intenção de conectar rapidamente os subúrbios brancos ao centro de Baltimore. De forma igualmente intencional, a rodovia foi projetada para passar por bairros negros no oeste de Baltimore, usando a desapropriação para expulsar proprietários de casas e empresas. Moses, um forte defensor da “Remoção de Negros”, argumentou que destruir mais bairros negros de baixa renda levaria a um “Baltimore mais saudável” a longo prazo. Quando a rodovia enfrentou oposição nos anos 1970, o projeto foi interrompido — mas não antes de destruir milhas e milhas de propriedades. Até hoje, a rodovia permanece inacabada, cortando o oeste de Baltimore como uma mancha permanente para os atuais e futuros designers urbanos.

O design falha quando os designers são cegados, seja por seus próprios vieses, por políticas públicas ou por interesses corporativos. Isso não quer dizer que os designers — mesmo Robert Moses, que apesar de ser veementemente racista, também foi responsável por grande parte dos projetos de habitação pública de Nova York — sejam vilões maquiavélicos. Acredito que até mesmo a expansão urbana suburbana não foi planejada por vilões de terno, mas por planejadores arrastados por uma enxurrada de cegueira. A Administração Federal de Habitação (Federal Housing Administration) estava distribuindo subsídios generosos em programas de seguro hipotecário que favoreciam o novo desenvolvimento. A opinião pública estava rapidamente se voltando contra a indústria, onde fumaça, sujeira e ruído estavam matando pessoas que viviam nos centros urbanos. O novo movimento “Motordom” da American Automobile Association na década de 1920 havia iniciado uma revolução ideológica sobre como a liberdade significava que os americanos deveriam ser capazes de se mover para onde quisessem, quando quisessem e na velocidade que quisessem. Em todas as direções, havia alguém dizendo a um designer urbano que o novo desenvolvimento suburbano era a coisa certa a se fazer. O design falha quando os designers não perguntam o porquê.

Concluindo, o mundo do design é poderoso e influencia nosso dia-a-dia de maneiras profundas. Ele tem o potencial de moldar experiências, enfrentar desafios sociais e promover mudanças positivas. No entanto, como exploramos, existem áreas críticas onde o design deixa muito a desejar.

O universo de design deve reconciliar-se com sua falta de diversidade e seus impactos intencionais ou não intencionais nas comunidades marginalizadas. Ele deve se concentrar novamente no serviço, em vez da interrupção. Positivamente, os princípios do design — empatia, escuta, adaptação — são sólidos. No entanto, o futuro do design e seu sucesso dependem de os educadores e influenciadores do campo serem capazes de descolonizar seu trabalho.

Se você ou alguém que você conhece é designer, recomendo a leitura de “Decolonizing Design” de Elizabeth (Dori) Tunstall, disponível em formato impresso e ebook. O livro dela foca na expressão cultural e em como o design tem impactado as comunidades Negras, Indígenas ou de etnias minoritárias.

Para uma leitura um pouco mais leve, eu recomendo “Race After Technology: Abolitionist Tools for the New Jim Code” de Ruha Benjamin, disponível em formato impresso. O livro dela concentra-se em como a tecnologia, os algoritmos e a inteligência artificial criam um ciclo contínuo de retroalimentação que treina a si mesmo e seus usuários no preconceito racial.

Por fim, uma leitura descontraída, confira “The Design Thinking Movement is Absurd” de Lee Visel, disponível no Medium. Esse artigo é uma reflexão lúdica e esperançosa sobre a natureza contagiante do pensamento de design e as realidades distorcidas em que os pensadores de design vivem.

Este artigo foi escrito de forma brilhante por Brian Le em inglês, e traduzido por mim como forma de expandir as ideias apresentadas e atingir a comunidade local brasileira de designers.

O Brasil é um dos maiores exemplos de países que sofrem com discriminação racial e designers absorvem ferramentas estrangeiras como um norte dos projetos, nutrindo e fazendo a manutenção de lógicas colonizadoras (mesmo que inconscientemente).

É necessário criticidade.

Espero que esse texto tenha mexido com você assim como mexeu comigo e que a consigamos equalizar nossas decisões e referências como designers.

Obrigada Brian por autorizar essa tradução.

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Escrevo sobre design, futuros, tecnologias, provocações, contemporaneidades e crises existenciais — design & data products @cappralab @envisioning.io