Por que designers também devem entender de negócios?
Já se foi a época em que o designer era inserido por último em um fluxo de trabalho. Hoje, o designer deve ter uma visão muito mais analítica sobre os objetivos de negócio de um produto, deve ter conhecimento para refinar suas ideias com os gerentes de produto, além de saber lidar com os obstáculos que surgem ao longo do caminho.
Ter uma interface bonita e cheia de interações, não é o suficiente para alcançar bons resultados. E é com essa premissa, que o mercado foi amadurecendo e as empresas entenderam que Business Design é um skill que o designer precisa entender.
“Poxa, mas eu sempre sou o gargalo.” — Designer frustrado
Processo de Business Design
Quando falamos de gestão de negócios e design, a primeira coisa que vem a nossa mente é um monte de planilhas no excel, com números e métricas que você mal entende.
Mas a ideia aqui, é muito mais simples: o designer deve ter uma visão de mercado e entender quem são seus concorrentes e como eles se comportam. Precisa saber solucionar e criar modelos de negócios rentáveis para os seus clientes.
Devemos fazer o negócio tão bonito quanto o design.
Temos aqui 3 etapas:
1. Entender o mercado: saber como seus concorrentes se comportam.
2. Modelo de negócio: criar um modelo que seja rentável e inovador.
3. Testar: Testar um modelo de negócio com potenciais clientes.
Segundo David Schmidt, renomado Business Designer alemão, sem Business Design, os negócios não criariam viabilidade pelos seguintes motivos:
- Falta de visão geral do mercado: concorrência e posicionamento.
- Modelo de negócio não rentável.
- Preços arbitrários.
- Marketing otimista demais.
- Desconsideração dos ativos da empresa e uma estratégia pouco clara.
Menos "Sketch" e mais "Google Docs"
Comece a mudar a sua relação com o design. Converse mais sobre cada ponto de vista com o time de Marketing, Vendas, Finanças, SEO, CRM, Engenharia e por aí vai. Quando discutimos sobre as diferentes visões, podemos ter um produto muito mais rico em valor real. Por exemplo, quando falamos em processamento de pagamentos, uma pessoa do financeiro pode ter uma visão completamente diferente de um designer.
Onboarding
Time is money — Hoje em dia, as empresas preferem contratar designers com bastante experiência em um determinado segmento de mercado. Por exemplo, se você é um designer que está há muito tempo no mercado bancário, é bem provável que o seu LinkedIn não pare de receber propostas relacionadas a esse mercado.
Mas quando essa pessoa não está inserida no mercado do produto em desenvolvimento, é essencial contextualizá-la sobre o funcionamento deste produto; as personas utilizadas, consumer journey maps, entrevistas e cenários de uso. Assim, conseguimos construir o melhor produto possível. Isso é onboarding.
Design x Negócios
Quando juntamos design, negócios e tecnologia, podemos alcançar resultados ainda mais inovadores. Dessa forma, trazer uma proposta de valor em rentabilidade real para o cliente, é a missão do Business Design.
Também podemos inserir neste contexto outras duas disciplinas do design: Design de serviço, que são todos os pontos de contato físico entre consumidor e empresa, e o Omnichannel, que é uma prática de varejo baseada na convergência entre todos os canais (lojas físicas e virtuais) de uma empresa.
Não devemos diferenciar o mundo on-line do off-line. Uma das estratégias do Business Design, é envolver as experiências do usuário como um todo, principalmente se esse produto for de um varejista.
Por fim, posso concluir esse artigo com a seguinte frase:
O Designer quando entende o real valor de um potencial produto pode transformar uma perspectiva de negócio em algo inovador e rentável. A abordagem desse tema permite testar a viabilidade de novas ideias para os negócios.
Caso você queira se aprofundar um pouco mais sobre esse tema, indico a leitura do livro do David Schmidt — https://www.businessdesign.digital/.
See ya.
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