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Curadoria de artigos de UX, Visual e Product Design.

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Psicologia aplicada em UX

Entenda como aplicar princípios da psicologia para melhorar a experiência do usuário.

Lucas Santos
UX Collective 🇧🇷
5 min readMay 24, 2024

Introdução

Qual a primeira coisa que você pensa quando vai iniciar um projeto? É muito comum começar pensando nos guias de marca, qual conceito utilizar nas interfaces, tipografia, cores, etc. Porém o mais importante é lembra que é impossível pensar em tecnologia sem associar à psicologia, afinal como dito nesse artigo da NN/group, não existe UX sem pessoas.

É fundamental manter em mente que um produto é feito por pessoas e quem usar também não pessoas. Nesse sentido, se você quer projetar uma experiência é crucial considerar todos os aspectos comportamentais que impactaram diretamente o resultado.

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Como você definiria uma boa experiência para seu usuário?

Ao longo dos anos entendi que uma boa experiência é intuitiva. É aquela experiência que fornece ao usuário todas as ferramentas para ele atingir seu objetivo, seja algo simples como pagar um boleto, ou então acessar um dashboard complexo para analisar dados.

A corrida para projetar o melhor produto é muito disputada, então devemos ter a mentalidade de melhoria constante e se apegar a nada, e lembrar que tudo pode mudar ao considerar as necessidades dos nossos usuários. Afinal com diz a Lei de Jakob:

“Os usuários passam a maior parte do tempo em outros sites.”

— Jakob Nielsen

Não é um problema ter um manual para explicar como seu produto funciona, na verdade a décima heurística de Nielsen afirma que devemos sim prover esse tipo de documentação, mas se depender apenas disso para que o usuário consiga completar os objetivos, são grandes as chances do seu usuário se cansar do seu produto.

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Princípios da Gestalt

Gestalt é tipo uma teoria da psicologia sobre como a gente vê e interpreta as coisas. Ela diz que a gente não vê só partes, mas a coisa toda de uma vez, como um conjunto. Tipo, se você olha para a foto abaixo, não vê só as partes separadas, mas a imagem toda, como uma coisa só.

Isso acontece porque nossa mente organiza as coisas de um jeito que faz sentido, até mesmo completando algumas informações para facilitar a compreensão.

Os princípios da Gestalt são fundamentais na compreensão da percepção visual e na criação de designs eficazes. Vou explicar de maneira resumida como eles funcionam na prática:

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Proximidade

Elementos visuais que estão próximos uns dos outros tendem a ser percebidos como um grupo ou uma unidade, facilitando a organização e a compreensão.

A imagem apresenta duas telas do aplicativo do Airbnb onde demonstra na prática duas aplicações do princípio da proximidade.
Tela de detalhes do aplicativo Airbnb

No exemplo acima conseguimos ver como a utilização correta do sistema de espaçamento consegue agrupar os elementos de texto sem a necessidade.

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Similaridade

Basicamente, quando olhamos para um monte de objetos, a gente tende a agrupar aqueles que são parecidos. Isso pode ser devido à cor, forma, tamanho, ou qualquer outra característica que eles compartilhem.

A imagem apresenta a tela inicial do aplicativo do Ifood onde demonstra na prática o princípio de agrupamento na gestalt.
Tela inicial do aplicativo do Ifood

Imagine que você está olhando para uma prateleira cheia de livros. Se você ver vários livros com capas vermelhas, seu cérebro automaticamente vai agrupá-los como se eles fossem uma “família” só, mesmo que estejam misturados com livros de outras cores. Isso acontece porque nosso cérebro gosta de organizar as coisas de uma maneira que faça sentido e seja mais fácil de entender.

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Continuidade

O princípio da continuidade é sobre como nosso cérebro prefere ver linhas e padrões suaves e contínuos, ao invés de ângulos e quebras bruscas.

A imagem apresenta duas telas com um formulário de cadastro de usuários onde demonstra na prática o princípio de continuidade na gestalt.
Tela de cadastro de usuário

Pense que você está preenchendo um formulário, seu cérebro tende a conectar os componentes como se fossem uma linha única e contínua. É como se nosso cérebro gostasse de seguir o caminho mais “suave” possível ao olhar para as coisas.

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Fechamento

Esse na minha opinião é um dos mais interessantes, ele explica sobre como nosso cérebro gosta de completar imagens incompletas. Quando vemos algo que não está totalmente desenhado ou que tem partes faltando, nosso cérebro automaticamente preenche essas lacunas para ver uma imagem completa.

Imagine que você está olhando para um desenho de um quadrado que tem alguns pedaços faltando. Mesmo com as lacunas, seu cérebro ainda percebe o desenho como um quadrado completo.

A imagem apresenta quatro semi círculos formando uma forma geométrica de um quadrado, representando o princípio de Fechamento da Gestalt.
Imagem de exemplo do princípio de Fechamento

Mas como esse princípio é utilizado nas interfaces?

Bom, existem várias formas de utilizar, a mais comum é utilizá-lo na estilização de ícones ou ilustrações. Como podemos ver na imagem abaixo, mesmo que a linha não seja completa nosso cérebro consegue identificar o ícone exibido.

A imagem apresenta quatro ícones estilizados onde demonstra na prática o princípio de fechamento na gestalt.
Agrupamento de ícones

Fundo e figura

O princípio de figura-fundo é sobre como nosso cérebro distingue entre o objeto principal (a figura) e o que está ao redor dele (o fundo).

Isso acontece quando precisamos destacar uma informação importante. Mas também podemos utilizar quando precisamos realizar ações na tela, como por exemplo abrir um calendário para selecionar uma data ou então um modal de confirmação.

A imagem apresenta duas telas de aplicativos com modais abertos. Na tela da esquerda apresenta um calendário aberto, e na direita, um modal perguntando se o usuário permite utilizar a geolocalização do aparelho.
Exemplo de dois aplicativos com modais abertos

Simetria e ordem

A mente humana tem uma preferência natural por padrões simétricos e organizados, percebendo-os como mais harmoniosos e equilibrados.

A imagem apresenta uma tela de login com duas formas diferentes de aplicar escala e proporção para organizar os elementos da interface.
Dois exemplos de escala e proporção aplicados

Esses princípios são essenciais para designers gráficos, arquitetos, profissionais de UX/UI e outros, pois ajudam a criar layouts, interfaces e produtos que são intuitivos, agradáveis ​​e fáceis de entender para os usuários.

Conclusão

Todos os produtos devem considerar o usuário como o ponto principal para construir uma experiência coesa, e considerar todos os aspectos psicológicos é parte crucial de tudo isso.

Os princípios da Gestalt citados é apenas uma parte de todo esse processo, existem muitos outros princípios e vieses que buscam explicar de maneira mais simples o resultado de muitos estudos criados com o intuito de entender o processo cognitivo por trás das ações dos usuários.

Sugiro que todos interessados se aprofundem no assunto com outros livros e artigos mais densos, e caso tenha curtido esse tema deixei nos comentários sua opinião ou crítica.

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