Quanto ganha um UX writer? — 2020
A cada novo profissional interessado em se tornar um UX writer, a mesma dúvida ressurge: quanto ganha um UX writer?
Acesse a edição mais recente do Raio-X dos UX Writers Brasileiros.
Da necessidade de responder à pergunta, e tantas outras, nasceu a iniciativa Raio-X dos UX Writers Brasileiros. Um mapeamento de salários e trajetórias desses profissionais.
Neste artigo, trago os principais resultados da pesquisa, passando pelos dados demográficos, perfil profissional e, finalmente, médias salariais 😃
A pesquisa foi aplicada entre 18 de julho e 07 de agosto de 2020, via Google Forms, e contou com 227 respondentes.
Quem são os UX Writers brasileiros
Dos 227 respondentes:
- 76% se identificam como mulheres;
- 24% como homens.
Em relação à cor/etnia:
- Pessoas brancas compõe 73% da área;
- 23% são pretas e pardas;
- 4% são amarelas e indígenas.
Quanto à faixa etária, temos:
- 17% com idade entre 20 e 24 anos;
- 35% com 25 a 29 anos;
- 30%, de 30 a 34 anos;
- 12% na faixa dos 35 aos 39;
- 4% com 40 a 44;
- 2% com mais de 45 anos.
Sobre o nível de escolaridade dos profissionais:
- 44% declaram ter ensino superior completo;
- 9% interrompeu ou está cursando;
- 40% está cursando ou já concluiu a pós-graduação;
- 4% está cursando ou já concluiu o mestrado ou doutorado.
Dos cursos de graduação, os que mais aparecem nos currículos dos profissionais são:
- Jornalismo (34%);
- Publicidade, Propaganda e/ou Marketing (23%);
- Letras e/ou Linguística (13%).
Agora, falando dos idiomas inglês e espanhol, temos 57% e 15% dos respondentes nos níveis avançado e fluente em inglês e espanhol, respectivamente.
Declararam conhecimento nulo no idioma inglês 3% e no idioma espanhol 22%; básico, 14% e 42%; intermediário, 26% e 21%.
Também perguntamos aos profissionais se eles fizeram algum curso livre que consideram relevante para sua atuação como UX writer. O resultado: 96,5% afirmaram que sim, fizeram ao menos 1 curso.
O curso de UX Writing apareceu na resposta de 75% dos profissionais, seguido por Design Thinking, com 46%; UX Design, com 41%, e Redação Publicitária, com 33%.
Outros cursos que foram citados: SEO, Estratégia de Conteúdo, Arquitetura da Informação, UX Research, Branding, Chatbot Design, Microcopy, Web Writing, Linguagem Simples, Acessibilidade, VUI e Tech Writing.
Distribuição dos profissionais pelo país
Dos 227 respondentes, 89,4% são residentes da região sudeste do país, sendo 76,2% de São Paulo, 7,9% de Minas gerais, 5,3% do Rio de Janeiro e 0,9% do Espírito Santo.
Já os demais estados têm a seguinte distribuição:
- Bahia: 1,8%
- Distrito Federal: 1,3%
- Goiás: 0,4%
- Maranhão: 0,9%
- Paraná: 0,4%
- Rio Grande do Sul: 1,3%
- Santa Catarina: 3,5%
Por onde andaram
Também perguntamos aos respondentes quais as principais atividades com que eles trabalhavam antes de migrar para o UX writing. As 5 áreas mais citadas foram conteúdo para redes sociais e/ou blog, com 54%; redação publicitária, com 43%; comunicação interna, com 35%; revisão e tradução, com 34%, e redação para revista e jornal, com 21%.
O tempo de experiência na área anterior foi de até 5 anos para 46% dos respondentes e de 5 em diante para os demais.
Onde estão
Para entender como estão os profissionais hoje, perguntamos quais seus principais nichos de atuação dentro do UX writing. Escrita para produtos/UI foi selecionada por 63% dos respondentes; chatbot, por 52%; tech writing e VUI, 16% e 12%, respectivamente.
Sobre tempo de experiência na área, 78% afirmou ter até 3 anos; 11% de 3 a 4 anos; 4% de 4 a 5 anos e 7%, mais de 5 anos de experiência em UX writing.
É sabido que o nível de carreira de um profissional depende de diversos fatores, como tempo de experiência na área e em áreas relacionadas, porte da empresa e soft skills. Apesar disso, tentamos, com o gráfico a seguir, responder outra dúvida que volta e meia surge na comunidade: “quanto tempo de experiência em UX writing preciso para chegar ao cargo X?”
Finalmente, quanto ganham!
Pedimos aos respondentes que informassem seu nível de carreira e que selecionassem a faixa salarial de seu emprego mais recente, considerando seu salário nominal bruto, sem benefícios. Com os dados, chegamos a uma faixa salarial média de R$ 5 mil a R$ 6 mil, além do recorte por nível de carreira. Ambos sem distinção de modelo de contratação.
O nível estágio, ficou com a faixa mais baixa: até R$ 2 mil; assistente e analista júnior, com R$ 3 mil a R$ 4mil; analista pleno, com R$ 5 mil a R$ 6 mil; analista sênior e consultor, R$ 7 mil a R$ 8 mil, assim como coordenador e gerente. A faixa salarial mais alta ficou com especialista e líder: R$ 8 mil a R$ 9 mil.
Para entendermos melhor como os profissionais se distribuem pelas faixas salariais e pelos níveis de carreira, optamos pelo gráfico bolha. Nele, o tamanho da bolha representa a porcentagem de respondentes. Portanto, quanto maior a bolha, maior a quantidade de profissionais que se enquadram no nível e na faixa salarial indicada.
Podemos notar que as faixas salariais mais comuns entre os respondentes estão entre R$ 3 mil e R$ 6 mil. Destacando-se as faixas de R$ 3 mil a R$ 4 mil, para os níveis assistente e analista júnior, e R$ 5 mil a R$ 6 mil para analista pleno.
Sobre médias salariais por estados brasileiros, temos a seguinte classificação: Distrito Federal com a maior média salarial do país: de R$ 7 mil a R$ 8 mil; seguido por São Paulo, com R$ 6 mil a R$ 7 mil; Rio Grande do Sul com R$ 5 mil a R$ 6 mil; Paraná e Rio de Janeiro com R$ 4 mil a R$ 5 mil; Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Santa Catarina com R$ 3 mil a R$ 4 mil; Goiás com R$ 2 mil a R$ 3 mil e Maranhão com a faixa salarial média de até R$ 2 mil.
Ainda sobre salários, vamos às médias salariais com o recorte de cor/etnia. Aqui observamos que pessoas que se identificam como brancas estão na faixa salarial de R$ 5 mil a R$ 6 mil, enquanto pretas, pardas e amarelas ficam na faixa de R$ 4 mil a R$ 5 mil. Indígenas ficaram na faixa mais alta, com R$ 6 mil a R$ 7 mil. Mas é importante notar que o número de respondentes que se identificam com como indígenas é de 1%, o que pode impactar no resultado.
Por último, a pesquisa nos mostra que homens ganham, em média, de R$ 6 mil a R$ 7 mil, contra R$ 5 mil a R$ 6 mil das mulheres.
Tem algum outro dado que você gostaria de ver por aqui? Fala comigo e vamos construir juntos!
Esse trabalho não seria possível sem a colaboração da Mayara Pillegi, da Heloisa Andrade de Paula e de toda comunidade UX Writers BR, pela participação e divulgação da pesquisa ❤️