UX Collective 🇧🇷

Curadoria de artigos de UX, Visual e Product Design.

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Recrutadores falsos na área de UX

Michelle Kato
UX Collective 🇧🇷
4 min read3 days ago

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A imagem mostra uma mulher sentada de costas em frente ao computador, com a mão na cabeça em um gesto de estresse. O ambiente é um home office aconchegante, com uma xícara de café, um caderno e papéis sobre a mesa. A luz quente da janela cria um contraste entre o conforto do espaço e a tensão da personagem, que parece sobrecarregada. Elementos decorativos sutis trazem um toque da cultura japonesa brasileira ao cenário.
Mulher sentada em frente ao computador, demonstrando estresse. Fonte: Ilustração gerada digitalmente.

Procurar emprego tem sido um verdadeiro desafio. Você coloca o “Open to Work” no LinkedIn e espera que oportunidades legítimas apareçam. Só que, no meu caso, apareceu uma enxurrada de recrutadores.

A princípio, fiquei animada. Meu ego foi lá para o alto, imagina só, várias mensagens pipocando ao mesmo tempo, cada uma com um tom super interessado no meu perfil.

Pensei: “Uau, talvez essa recolocação seja mais fácil do que eu imaginava!” Mas a empolgação durou pouco. O que parecia um mar de oportunidades, na verdade, era um oceano de ciladas.

Direct do Linkedin com imagem de 5 recrutadoras enviando mensagens.
Print do direct do Linkedin. Fonte: Arquivo pessoal.

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“Open to Work”: o convite pro caos 🫠

Pensei muito antes de ativar o “Open to Work”. Mas a minha situação era um pouco específica, então tentei ser clara sobre o que procurava em um post:

Oi, eu sou a Mi, Product Designer. Já trabalhei em empresas internacionais como FullStack, Procore e MGM Resorts. Escrevo pro UX Collective Brasil e Bootcamp. Tenho algumas masterclasses no meu YouTube. E quando o tempo permitia, atuava como mentora.

Agora, estou em busca de um novo desafio profissional!

✅ Um trabalho onde eu possa contribuir com criatividade e estratégia
✅ Sem viagens, porque minha prioridade é poder levar o meu pequeno na escola (e ouvir sobre seu dia na volta)
✅ Horários flexíveis, porque nem sempre a rotina da maternidade segue o cronograma
✅ Um ambiente que valoriza eficiência, empatia e resultados

Se você conhece uma oportunidade que faça sentido para esse meu momento, me avise! Vou adorar conversar. Se não, compartilhe pra me ajudar a encontrar uma oportunidade que faça sentido para mim e para a empresa. 💜

Não deu cinco minutos e meu LinkedIn virou um festival de mensagens. Eram tantos recrutadores, tantas abordagens insistentes, que comecei a sentir que tinha desbloqueado um nível secreto do LinkedIn.

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O golpe em cinco atos

1. A pressa

Assim que postei, vieram mensagens como “Olá! Podemos falar agora?”. Eu demorava para responder e logo chegava outra: “Você está aí?”. Parecia que eu estava participando de um leilão sem saber. Quase fiquei doida conversando com as 5 recrutadoras ao mesmo tempo.

Print de uma mensagem de uma recrutadora dizendo “@michellekato are you there?”
Print da mensagem do direct do Linkedin. Fonte: Arquivo pessoal.

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2. A crítica

Todas as recrutadoras disseram que meu currículo precisava de ajustes. E tá tudo bem! Vou ajustá-lo. Parece que existe um tal padrão ATS, que foge do formato atual do meu currículo.

Print do meu curriculo com todas as experiências e canais de contato
Print do meu currículo. Fonte: Arquivo pessoal.

3. A proposta

“Podemos te ajudar a otimizar seu currículo”. Como eu estava na vibe “por que não?”, aceitei a oferta de cinco recrutadoras diferentes.

4. A armadilha

No final, todas cobravam pelo serviço. “$50 a $100 para transformar seu currículo e fazer você se destacar no mercado.” Quando eu disse que poderia fazer isso sozinha com o ChatGPT, elas continuaram insistindo.

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5. A jogada final

Quando recusei gentilmente, a resposta foi mais insistência. Uma delas até soltou: “Você tem certeza? Eu já falei de você para o diretor da empresa!” Como se isso fosse me fazer mudar de ideia na hora.

Print da mensagem do WhatsApp “Você tem certeza? Eu já falei de você para o diretor da empresa!”
Print da mensagem do WhatsApp. Fonte: Arquivo pessoal.

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Como não cair nessa

Olhando para trás, eu poderia ter evitado essa bagunça se tivesse feito uma simples checagem antes de responder:

  • Poucas conexões: Menos de 10 contatos no LinkedIn.
  • Perfil sem foto de capa: Ou com uma foto genérica de banco de imagens.
  • Atividade duvidosa: O feed só tem reposts de pessoas “Open to Work”.
  • Abordagem insistente: Qualquer recrutador que te persegue como se sua resposta fosse uma questão de vida ou morte já é um grande alerta.
  • Solicitação de pagamento: Se a primeira coisa que dizem é que seu currículo está ruim e que podem te ajudar (mediante pagamento), corra.

Essa experiência me ensinou uma grande lição: quando estamos em um momento vulnerável, como a busca por emprego, precisamos estar ainda mais atentos.

Recrutadores legítimos:

  • Não insistem de forma agressiva.
  • Não cobram para te indicar para uma vaga.

A melhor defesa contra essas armadilhas é a informação. Compartilhar experiências como essa ajuda outros profissionais a não caírem no mesmo erro.

Ah, mas não foram só recrutadores falsos. Meu “Open to Work” me rendeu instantaneamente seis recrutadoras falsas e um brasileiro real querendo me vender um curso de como me posicionar no mercado.

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Written by Michelle Kato

👋 Hi! I’m Michelle. 💻 Product Designer at FullStack Labs🎥 Content Creator on YouTube✍️ Writer at Bootcamp & UX Collective💡 Mentor​​​​​​​ in my free time

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