Resultados da pesquisa sobre o mercado brasileiro de UX em 2017
O mistério do “UX sênior” com menos de 3 anos de experiência, e outras tendências.

No último fim de semana aconteceu o World Information Architecture Day (WIAD), evento que acontece simultaneamente em várias cidades do mundo. E a Carol Leslie compartilhou os resultados da pesquisa que a Saiba+ organiza nos últimos 3 anos: o Panorama UX.
Os resultados são bem bacanas e dão uma boa visão do nosso mercado, quem somos e para onde vamos. Este ano as respostas cresceram muito! Foram 711 respondentes — e só isso já é uma coisa ótima. Vale muito a pena ver os resultados completos, mas para você que está com pressa, destaco alguns dos pontos que mais me chamaram a atenção.
A área está crescendo, ainda não somos maduros, mas um pouco convencidos
A pesquisa mostrou que há muita gente nova entrando, o que é normal — estamos em constante crescimento. O que preocupa é a ascensão meteórica das pessoas. Ao mesmo tempo em que há muita gente com menos de 3 anos de experiência, também há muita gente sênior. E parece que a conta não bate, né?

Wireframe finalmente morreu — agora somos prototipadores
Quem trabalha com UX há alguns anos já deve ter ouvido sobre a polêmica “morte ao wireframe”. O tema já foi e voltou algumas vezes, até que paramos de falar sobre o assunto.
Pois este ano, repare: wireframe nem estava ali na lista de técnicas. E alguém sentiu falta? Os wireframes, como a gente os conhecia, deram lugar a protótipos. Mais navegáveis, flexíveis, interessantes e interativos. Que não se limitam a telas ou ferramentas. E quase todo mundo faz protótipo de algum tipo.

Quem trabalha em empresa grande ganha mais, mas tem menos impacto
Os salários mudaram pouco do ano passado para cá — o que parece condizente com uma área em que tem muita gente nova entrando. A boa notícia é que os salários de homens e mulheres é bem parecido, independente do cargo. E como é esperado, os salários do Rio de Janeiro e São Paulo são maiores (mas também é tudo mais caro por aqui).
Em empresas estabelecidas os salários são um pouco maiores e os cargos são mais formais: 93% dos cargos em empresas são CLT, contra 66% em startups.

Por outro lado, UX consegue ter mais impacto na estratégia da empresa em startups. Entre as pessoas que trabalham em startups, 61% considera o impacto de seu trabalho alto. Em empresas ou indústrias consolidadas, o índice é de 49% e em agências e consultorias, 42%. O que faz todo sentido: startups são naturalmente mais abertas a mudança e o olhar de design faz toda a diferença.
Também é interessante notar que há uma correlação entre quem considera que o impacto de seu trabalho é alto e as técnicas que utiliza no dia-a-dia — e isso é especialmente relevante em técnicas de pesquisa com usuários e design thinking.

Estamos aprendendo a medir o sucesso do nosso trabalho de UX, mas ainda temos um bom caminho pela frente
Há algum tempo que você ouve dizer que UX tem que se aproximar de negócios, certo? A boa notícia da pesquisa deste ano é que subiu o número de pessoas que medem o sucesso de seu trabalho de alguma forma: de 29% para 44%, comparando com os resultados do ano passado. Mas medir o ROI de UX continua sendo algo para poucos.

Para saber mais:
- Veja os resultados completos da pesquisa organizada pela Carol Leslie (Saiba+)
- Fotos e detalhes das apresentações do WIAD 2018 em São Paulo
- Guia do ROI de UX, que apresentamos no ISA em Floripa.