Teste de usabilidade: o que é e para que serve?

Viu o último post? Lá coloquei uma diagrama legal para entender como e quando utilizar cada técnica de pesquisa de acordo com o seu objetivo. Vou colocar de novo aqui embaixo para contextualizar o teste de usabilidade — que é bem importante e bastante utilizado, mas é apenas uma entre várias formas de observar e medir a experiência do usuário.

Diagrama criado para o curso de teste de usabilidade, com base no artigo de Christian Rohrer (2008), com as práticas mais comuns em nosso mercado.
Traduzindo a definição do site Usability.gov:
“Teste de usabilidade é uma técnica de pesquisa utilizada para avaliar um produto ou serviço. Os testes são realizados com usuários representativos do público-alvo. Cada participante tenta realizar tarefas típicas enquanto o analista observa, ouve e anota.”
E agora a mesma definição, em bullets:
- É uma técnica de avaliação
- Pode avaliar um produto, serviço, site, aplicativo, protótipo, desenho no papel
- São estes com usuários representativos. Não vale fazer com o seu colega designer da baia ao lado!
- Tem um roteiro de tarefas
- E um analista observando (na maior parte dos casos)
Teste de usabilidade serve para observar o uso de um produto e investigar questões que envolvem navegação e entendimento da interface.
É muito útil para responder perguntas do tipo:
- Os filtros de busca são fáceis de usar?
- No analytics, muita gente abandona o carrinho de compra. Por que?
- Como podemos melhorar o checkout?
E não responde bem perguntas do tipo:
- A maioria das pessoas vai pela busca ou pelo menu? (nesse caso, olhe as métricas)
- Que cor de botão converte melhor? Vamos fazer um teste comparativ… (faça um teste A/B)
- Tenho várias opções de nome para o meu produto, queria ver o que as pessoas acham… (faça um grupo de discussão)
Note que no diagrama, os testes de usabilidade estão na parte superior. Isso quer dizer que o foco é mais no que as pessoas fazem do que naquilo que elas dizem. É claro que é interessante ouvir as sugestões e reclamações das pessoas sobre o produto, mas nem sempre isso condiz com o que a pessoas fazem de fato. É comum em testes de usabilidade:
“Foi ótimo, o site é muito fácil. Gostei.” (participante que não conseguiu terminar nenhuma tarefa do teste sem ajuda)
É por esse tipo de situação que o Jakob Nielsen há muito tempo já dizia: não ouça os usuários. Mas para não ser muito radical, faça o seguinte: ouça, mas desconfie.
Não sei se você notou, mas o teste de usabilidade apareceu várias vezes naquele diagrama. Isso porque há várias formas de fazer: qualitativo ou quantitativo. Em sala de espelho e mais formal, ou em contexto de uso com rápidas mudanças e ciclos de teste (como no case da Nordstrom).
E nem sempre tem um moderador acompanhando e anotando em tempo real. Você pode disparar testes para pessoas em diversos lugares (usando uma ferramenta como UserTesting) e gravar o que fazem para depois analisar os resultados.

Em um mundo ideal, faríamos pesquisa com a pessoa totalmente à vontade e fácil de acompanhar. Diagrama criado para o curso de teste de usabilidade.
Bom, a discussão sobre teste de usabilidade e pesquisa com usuários não acaba aqui. Ainda tem muito assunto.
Referências:
- Nordstrom’s Innovation Lab: sunglasses iPad app case study
- Usability Testing @ Usability.gov
- Imagem de teste mobile realizado pela Atomic Spin.