Como estruturamos o workflow de design da TAG Infraestrutura
Dores e aprendizados do processo de estruturação de um time de design.

O começo era tudo mato…
Em dezembro de 2020 tive a oportunidade de mudar de um emprego PJ pelo CLT, 100% remoto e demais benefícios que já conhecemos. Até aí tudo bem, empresa nova, novos desafios, segundo designer da empresa. (se joga!)
Mal eu sabia que ali iniciava-se uma jornada desafiadora em todos os aspectos possíveis para um designer.
Pra ser bem sincero, o que pesou mesmo na minha decisão foi o fato de o trampo ser CLT, eu estava procurado um pouco mais de segurança pros meus amigos boletos.
Deixei pra abrir o “Armário de Nárnia” após a assinatura do contrato e para minha grande surpresa entrei numa empresa que estava atuando num novo mercado e que se tratava de algo regulado pelo Banco Central — WTF?
O responsável pela minha abdução para esse cenário dividia o papel de designer e dev de frontend (salve Skroski!). Lá rolava um Miro pra fazer os estudos marotos e um Adobe XD pra montar os fluxos. Vez ou outra eu dava um help pro marketing (salve Simão!) com alguns materiais de comunicação.
Segue o fluxo.
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Liderança de CX
A empresa estava crescendo e precisava passar por uma estruturação como um todo, eis que chegou o líder de CX e basicamente ficamos organizados de acordo com o diagrama abaixo:

Com essa estruturação o desenvolvimento de novos produtos demandaria de mais pessoas e adivinhem quem ficou com a missão de montar o time de design?
A parte boa desse tipo de estruturação se deu ao fato que a pessoa responsável por todo time de CX já tinha uma consciência do papel e importância do time de design para a empresa, sem esse apoio as coisas seriam muito mais difíceis (Tks Flávia).
Time
Naturalmente, busquei em minha rede pessoas interessadas em topar o desafio e consegui abduzir 02 grandes profissionais em suas áreas que considero meus amigos também, Lo-Ammi Santos (UX) e Natasha Monteiro (UI). Confiança e comprometimento são importantes nesse processo inicial, pois o desafio era grande.

A reflexão sobre como deveríamos estruturar o trabalho do time virou parte da nossa rotina, a partir daí listamos alguns pontos que precisavam de atenção, são eles:
- Onboarding
- Ferramentas
- Workflow
- Design System
Descreverei resumidamente o que fizemos em cada uma das frentes citadas acima, pois cada um delas merece um artigo dedicado por conta das suas nuances.
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Onboarding
Essa é uma das maiores dores não só para os designers, mas para outros times que fazem parte da TAG. Entender o ecossistema de uma registradora não é algo que você absorve com facilidade. Dado o cenário, montamos um onboarding no Miro para facilitar não só o entendimento dos designers, mas da empresa como um todo. Nele compilamos todas as informações visualmente e linkamos para conteúdos com maior profundidade: Documentação oficial, artigos, vídeos, dentre outros.
Atualmente esse board virou também fonte de consulta constante para toda a empresa e se tornou uma documentação viva.

Ferramentas
Diante do cenário que precisávamos estruturar nosso processo de trabalho e considerando as experiências com workflows de outras empresas, tínhamos a oportunidade de criar um ambiente propício à produtividade, diminuindo os entraves de fluxos de design mal estruturados.

Algumas informações relevantes sobre os 03 ambientes citados acima:
Miro
Todos sabemos que o processo de design é orgânico e muitas das vezes precisamos estruturar ideias de forma que a conversa com nossos pares flua de maneira mais agradável.
Todas as anotações inerentes aos produtos que trabalhamos ficam estruturadas no Miro de forma que qualquer integrante do time possa consultar e contribuir.

Figma
Toda a parte de UI está documentada nessa ferramenta, desde o nosso Design System até as jornadas que desenhamos. No tocante ao UX, criamos uma biblioteca de componentes para que os UX Designers montassem seus fluxos de forma rápida e simples. Como regra, nossos wireframes devem ser muito bem documentados de forma que qualquer pessoa envolvida possa ter um entendimento das decisões que tomamos.
Abaixo, ilustrei como organizamos nossos arquivos no Figma.

Todos nossos boards possuem uma sidebar com as informações da jornada em questão, são links externos que trazem toda e qualquer informação atrelada à ela: Estudos UX, docs, histórias dos PMs, roteiros de teste de usabilidade e por aí vai.

No tocante a construção dos wireframes das jornadas, temos como regra a inserção de notas com informações que tornam o entendimento de qualquer par envolvido simples e rápido, isso torna o processo mais fluído.

Basecamp
Quem me conhece sabe o quanto sou adepto/defensor de comunicação assíncrona. Em todas as empresas que trabalho tenho o hábito de observar como acontece o processo de comunicação entre as pessoas.
Sabe aquela ferramenta que você defende com unhas e dentes? Então, esse é o Basecamp, uma ferramenta de gestão de projetos super user friendly que já tem bastante tempo no mercado. A imagem abaixo resume bem a essência dela:

Diariamente precisamos nos comunicar com nossos pares dentro e fora dos nossos respectivos times e ficar marcando reuniões não se torna um caminho saudável para os envolvidos. Nesse contexto, ter um espaço para tratar questões específicas que crie uma camada de comunicação mais robusta e eficiente se torna crucial para a fluidez das conversas. Na imagem abaixo ilustro essa relação do Basecamp dentro do nosso workflow.

Workflow
Uma vez que trabalhamos com várias pessoas distribuídas em diferentes times, montamos um workflow para facilitar a visualização dos processos, utilizando uma linguagem direta e objetiva para que todos tivessem o mesmo entendimento.
Esse talvez seja um dos processos mais difíceis, pois envolve pessoas de outros times que na maioria das vezes possuem rituais diferentes. (Tenho um artigo que aborda o tema workflow, clique aqui para ler)

Design System
Essa pauta acredito que seja uma das mais importantes na esteira de produtos digitais, dado o impacto que ela gera não somente no time de design, mas nos demais envolvidos na construção de produtos digitais.
No caso da TAG, levantamos essa bandeira primeiramente juntos aos nossos stakeholders através de uma apresentação que fizemos para demonstrar a importância dessa iniciativa.




Uma vez que a ideia foi comprada pelos tomadores de decisão, partimos para a estruturação do DS no Figma.
Fizemos várias pesquisas para encontrar um modelo que fosse mais adequado à nossa realidade.
No fim deste artigo listo algumas das referências que encontramos para construção no nosso DS.

Ao construir este artigo, não tive a intenção de um aprofundamento nos pontos abordados, e sim compartilhar dores e aprendizados que tenho a plena certeza que fazem parte do dia-a-dia de muitos times por aí afora.
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Acabou Jéssica?
Nunca acaba. O processo de organização de um time sempre pode melhorar ou sofrer mutações benignas, a fim de proporcionar um ambiente fluido para todos os envolvidos. Todos ganham quando tudo acontece organizadamente e documentada, não é sobre burocracia, é sobre qualidade nas entregas, transparência e produtividade do time.
Essa é a minha parcela de contribuição com a comunidade, pois foi nela que encontrei muitas referências para construir um ambiente saudável para o time que trabalho.
Referências
Termino aqui com uma lista de links que nos ajudaram e muito nas decisões que tomamos para o bem maior. Não importa o tamanho do seu time, 5, 50 ou 500 designers, estruturar processos é vital para o sucesso de todos.
