Fluxo “perfeito” de produto
O processo de design em um triple diamond.

A minha maior motivação para organizar e materializar esse processo surgiu da falta de clareza que os stakeholders e demais áreas da empresa, na qual trabalhava, tinham sobre os processos de design e produto.
Apesar de está muito habituada a métodos amplamente estabelecidos na literatura, como “design thinking” e “double diamond”, regularmente realizava adaptações para aplicá-los no dia-a-dia, pois sentia que eles acabavam não atendendo 100% as necessidades da realidade nas companhias.
Então, a partir da compilação do que aprendi na prática, ao longo da minha experiência em diversos projetos, aplicando metodologias de design, estudando cases na literatura e de grandes empresas, organizei meu processo de design e produto em um modelo triple diamond.
Chamei este processo de “Fluxo perfeito de produto”, por considerar todas as suas fases muito importantes, mas também para lembrar que a perfeição é difícil de ser alcançada, principalmente com a correria do dia a dia (e tá tudo bem).
Pensando nisso, garanti que este fluxo fosse flexível o suficiente para se adaptar a diferentes contextos, demandas e limitações específicas de cada projeto. Sendo assim, tanto as fases quanto as atividades não são todas obrigatórias e nem precisam ser seguidas de forma linear.

1º diamante: entendimento 🔍
Ao iniciar um novo fluxo de trabalho, seja para o desenvolvimento de um novo produto, funcionalidade ou uma melhoria, é fundamental identificar as reais necessidades dos usuários e os objetivos de negócio envolvidos.
Nessa fase, que ocorre em colaboração com o PM, uma série de atividades são realizadas para a maior compreensão do contexto inserido, nas quais serão definidas segundo as necessidades e limitações da iniciativa.
Atividades como: documentação inicial, conversas e validações com stakeholders, realização de entrevistas, pesquisas na literatura, análise de dados disponíveis, análise de concorrentes, entre outras.
Com base nesses dados, qualitativos e quantitativos, hipóteses e oportunidades são geradas e priorizadas a partir de um mapeamento de cenários, riscos e regras de negócios.
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2º diamante: materialização 🧰
Nessa fase do processo, ocorre a materialização de tudo o que foi definido anteriormente, com validações constantes com o time de desenvolvimento, design e stakeholders, para evitar possíveis retrabalhos e barreiras técnicas.
A depender das necessidades, serão criados fluxos, wireframes e protótipos de média e/ou alta fidelidade para a execução de testes com usuários, a fim de avaliar o desempenho do que está sendo produzido e identificar pontos de melhoria.
Com a conclusão das validações, testes e ajustes necessários, toda a documentação de entrega será criada, reunindo todas as telas, fluxos, cenários, métricas e componentes do design system.
Essa documentação servirá como base para o PM organizar o backlog de engenharia e assim iniciar a etapa de desenvolvimento, onde será feita a entrega da versão após testes funcionais e validações com o time de design.
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3º diamante: implantação 📊
A última fase é liderada principalmente pelo PM com o apoio do time de design. É feita a preparação para o lançamento, incluindo a documentação do que foi desenvolvido, comunicação interna para todas as áreas interessadas e, finalmente, o lançamento para os usuários.
Após o lançamento, é necessário monitorar o desempenho do que foi implementado e analisar os dados das métricas (sucesso e guardrail) previamente definidas, para determinar se os resultados alcançados são satisfatórios.
É importante documentar essa evolução para definir os próximos passos com base nas informações coletadas.
Ferramentas utilizadas nos diamantes
Para realizar as atividades de cada uma das etapas, algumas ferramentas se tornam muito úteis. As que eu mais utilizo são:

Lições aprendidas
Ao criar esse material pude constatar a existência de lacunas de entendimento até mesmo na equipe de tecnologia. Então, o processo também se revelou de suma importância para garantir um alinhamento interno com todos os membros do time.
Além disso, estabelecer uma estrutura clara e compartilhável mostrou-se essencial para promover uma comunicação e colaboração mais eficazes entre as equipes e áreas da empresa, ao mesmo tempo, em que disseminou o valor e o impacto do design no desenvolvimento dos produtos.