PANORAMAUX — PARTE 5
O mercado de UX em um ano pandêmico: Salários
Variação de salários, Forma de contratação, Estado, Função, Raça e Gênero.

Índice
- Pandemia e o trabalho
- Perfil do profissional de UX
- Empresas e cargos
- Atividades e ferramentas
- Salários
- Pesquisa em design — parceria com o Movimento UX
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Parte 5: Salários
A pandemia teve um efeito devastador para muitos setores da economia. Quem trabalha em UX, ou com tecnologia de forma ampla, viu um efeito contrário no mercado de trabalho: pleno emprego e aumentos salariais.
Perguntamos aos participantes seus salários no momento da pesquisa e um ano antes:
- A maioria relatou um aumento de renda em 2020.
- Apenas 5% tiveram uma queda de salário no mesmo período (sem contar o efeito da inflação no período).

A mediana salarial (ou seja, o salário que divide as respostas em dois grupos — metade ganha mais, metade ganha menos) aumentou de R$ 5.700 para R$ 7.000.
Para comparar as distribuições de salários escolhi uma combinação de formatos visuais.
A curva mostra em quais faixas de salário encontramos mais respondentes. Abaixo da curva, cada linha vertical representa uma resposta. O valor em destaque é a mediana, isto é, o valor que divide o conjunto de dados ao meio e os blocos em cinza mostram as faixas onde se encontram quartis — de 25% a 50% das respostas na cor mais clara e de 50% a 75% em um tom mais escuro.
O número de respostas em uma determinada categoria é mostrado como n. Nos gráficos de salários este total é menor que o número de participantes da pesquisa, pois nem todos informaram seus salários.

Mesmo levando em conta a inflação de 4,84% no período, a mediana em 2019 ficaria em R$ 5.975.
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Olhando os números, uma pergunta é inevitável:
Quais fatores impactam o salário de quem trabalha na área?
Existe algum tipo de viés na distribuição de ganhos?
Investigamos algumas hipóteses.
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Forma de contratação
O mercado é bastante formalizado; 80% dos respondes trabalham com carteira assinada no regime CLT, enquanto 13% emitem nota como pessoa jurídica.
A mediana dos salários PJ é um pouco maior que a CLT, porém não o suficiente para compensar a perda financeira de direitos gerada por esta opção.

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Estado
Onde você mora é outro fator que revela grandes disparidades salariais. São Paulo, Distrito Federal e Rio de Janeiro têm as medianas salariais mais elevadas. Fica a curiosidade se este tipo de disparidade irá se manter com a nova organização de trabalho que nos permite realizar nossas funções remotamente.

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Função
A função pode ter um grande impacto nos salários. O título estrategista de UX, com atribuições mais generalistas é o mais valorizado, já UI design, com um escopo de atuação mais delimitado e tático, tem salários menores.

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Raça
Quando olhamos a quebra de salários por raça podemos observar um viés de preconceito atuando de dois modos distintos:
- Asiáticos têm uma mediana salarial R$ 800 maior que o geral
- Enquanto negros ganham R$ 1.000 a menos na média.
Além disso, como já citado em texto anterior, a proporção de negros e pardos entre os UXers é bem inferior à média nacional.

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Gênero
Na quebra por gêneros, uma surpresa negativa.
R$ 1.800 é a diferença entre medianas salariais de homens e mulheres — o dobro da diferença encontrada na edição anterior do Panorama UX.

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Para tentar entender o porquê desse comportamento, fui investigar as diferenças salariais entre gêneros por nível na carreira.
Por esse ângulo, a distância existe, mas é menos relevante.
Entre 1-3 e 4-5 anos de experiência, as medianas são praticamente iguais.
Após 6 anos de experiência, a distância entre ganhos começa a crescer.

A mudança da proporção entre homens e mulheres em relação ao tempo de experiência se destaca. E aí está uma possível explicação para o aumento na diferença salarial:
Elas são maioria no início da carreira, enquanto há mais homens com mais tempo de experiência.
Em números, 60% dos homens recebem mais que a mediana, enquanto apenas 43% das mulheres ganham mais que essa marca.
Em outro ângulo, comparamos os salários de homens e mulheres por nível na carreira:

Mulheres são maioria nos níveis iniciais da carreira, com um bom equilíbrio entre salários —com o ganho feminino ligeiramente maior. Com o crescimento na carreira, mais homens passam a ocupar cargos de liderança e a diferença entre ganhos aumenta.
E aí fica uma pergunta que a pesquisa, sozinha, não consegue responder.
Por que há menos mulheres com mais tempo de experiência na área?
Mudança de interesse pelo tema ou falta de oportunidade de crescimento? 👀
Você tem mais alguma pergunta sobre os resultados da pesquisa? Gostaria de analisar os dados por outro ângulo? Deixe suas dúvidas nos comentários — quem sabe elas não viram um post extra?
Atualização: a Beatriz Lonskis perguntou sobre os salários de PCDs. Nesse caso o problema maior parece ser o acesso ao mercado de trabalho. Uma vez lá, a mediana salarial desse público é até maior que o geral da pesquisa:

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Veja também a gravação da live sobre os resultados junto com a Observe.
O Panorama UX é uma realização de Carolina Leslie, com apoio de Izabela de Fátima do Movimento UX e de Ana Coli na edição e revisão.
Agradecimento ao apoio no site e material visual para Rodrigo Dovighi, Victor Carvalho, Lauro Sollero. Ilustrações baseadas no material de Ijeamaka Anyene.
Muito obrigada a todos os que participaram respondendo e ajudando na divulgação da pesquisa. E um agradecimento especial às marcas que usaram suas redes para aumentar o alcance do PanoramaUX:

